sexta-feira, 24 de abril de 2009

8º Passo


(...)
E no alto da montanha, vi alguém acenando para mim.
“Quem será?”, as palavras fugiram da minha boca. Apertei a
vista. O braço continuava a dançar no ar. Olhei para os lados,
não havia ninguém. Com certeza, aquela saudação era para mim.
Ergui o braço e comecei a agitá-lo alegremente no ar, com toda
a minha força. Fiquei feliz. Não estava sozinho!
Comecei a escalar o monte com os olhos fixos naquele
aceno. Escorreguei em uma pedra solta e caí. Quando levantei,
a saudação não estava mais lá. Talvez a pessoa que acenava
tenha percebido que seria um perigo me distrair ali. Era preciso
manter os olhos no caminho, para que eu não me perdesse no
abismo. Subi ansiosamente a montanha, até que finalmente
cheguei ao ponto mais alto do parque da Chapada dos
Guimarães.
Meus olhos correram em todas as direções. Não havia
ninguém. Um fino capim cobria todo o topo, e o vento fazia
com que cada haste agitasse suas folhas, como milhares de
acenos me saudando. Mas onde estava o aceno que vi antes?
Corri pelo capinzal. Corri tentando entender. Corri apenas
porque queria encontrar alguém. Então, enquanto corria, ouvi
uma voz trazida pelo vento. Caí de joelhos e chorei, porque
aquela era a voz do meu amigo que eu não conseguia mais ver.
Gritei seu nome. O vento soprou, carregando o meu chamado.
Uma sincera amizade nos ensina a conversar sem palavras.
Em um momento de alegria, um sorriso amigo multiplica a
felicidade. Em um momento de tristeza, uma mão amiga enxuga
a lágrima. Quando aprendemos a conversar sem palavras,
passamos a entender tudo o que o nosso amigo quer dizer,
apenas com um olhar. E depois que os olhares aprendem a
conversar, passamos a enxergar a verdadeira amizade. A partir
de então, podemos até fechar os olhos e sentir nosso amigo,
sem que ele esteja ao nosso lado, porque aprendemos que ele
já é parte de nós. E é assim que os amigos se tornam irmãos de
alma.
Deitei no capim e olhei para o céu azul. Minhas lágrimas
pararam de cair e meus olhos pararam de procurar, porque eu
não estava mais sozinho. Comecei a rir, a rir como eu sempre
ria ao lado do meu amigo. Eu não o via, assim como não via o
vento, mas sabia que ele estava lá. Ele nunca havia me
abandonado. Ele havia escutado o meu “sim”. E nós havíamos
chegado até ali... Juntos!
(...)

Um comentário:

  1. entendi tudo , compreendo cada palavra que voce disse, porque alguem aqui em casa, um pequeno anjo que mora comigo me disse que o amigo dele mora dentro do seu coração, ele uma criança entendeu primeiro que todos nós juntos que o lugar dele é lá no pedaço mais lindo do céu ,por isso ele não fica triste porque sabe que o amigo é feliz onde esta.(palavras do meu filho Joâo Vitor de 7 anos )....

    ResponderExcluir